Você já sentiu aquela desagradável sensação de queimação no peito, que parece subir até a garganta? Acordou com um gosto amargo na boca ou percebeu uma tosse persistente sem explicação aparente? Esses sintomas podem parecer algo comum para muitas pessoas, mas eu, Dra. Candice Felizola, afirmo: não devem ser ignorados!

Esses sinais podem ser indicativos de Refluxo Gastroesofágico, uma condição que, apesar de frequente, exige atenção e tratamento para não comprometer sua saúde e bem-estar a longo prazo.

O Que é o Refluxo Gastroesofágico?

O refluxo gastroesofágico ocorre quando o conteúdo do estômago (incluindo ácido gástrico e enzimas digestivas) retorna para o esôfago. Na entrada do estômago, existe uma válvula chamada esfíncter esofágico inferior (EEI), que funciona como uma porta, abrindo para a comida passar e fechando para impedir o retorno. Quando essa válvula não funciona adequadamente, o ácido sobe, causando irritação e os sintomas característicos.

Sintomas: Mais do Que Apenas Queimação

Embora a azia (sensação de queimação no peito) seja o sintoma mais conhecido, o refluxo pode manifestar-se de outras formas:

Regurgitação: Retorno de alimento ou líquido para a boca, especialmente após as refeições ou ao deitar.

Gosto Amargo ou Ácido na Boca: Provocado pelo ácido estomacal que sobe até a garganta.
Tosse Crônica: Uma tosse seca, persistente e sem causa aparente, muitas vezes pior à noite.
Rouquidão e Dor de Garganta: Inflamação das cordas vocais e da garganta devido à irritação constante.
Dificuldade para Engolir (Disfagia): Sensação de que o alimento “arranha” ou “fica preso” no esôfago.
Dor no Peito: Que pode ser confundida com problemas cardíacos.
Crises de Asma: Em algumas pessoas, o refluxo pode agravar ou desencadear sintomas asmáticos.

Se você apresenta um ou mais desses sintomas de forma frequente, é um sinal claro de que seu corpo está pedindo ajuda.

Por Que o Refluxo Não Deve Ser Ignorado?

Ignorar o refluxo ou tentar automedicar-se sem um diagnóstico preciso pode trazer consequências sérias:

* Esofagite: Inflamação crônica do esôfago, que pode causar dor e dificultar a deglutição.

Úlceras Esofágicas: Lesões abertas na parede do esôfago devido à exposição contínua ao ácido.
Estenose Esofágica: Estreitamento do esôfago causado por cicatrização, dificultando ainda mais a passagem dos alimentos.
Esôfago de Barrett: Uma alteração nas células do esôfago que, embora rara, aumenta o risco de câncer de esôfago. Por isso, a investigação precoce é fundamental!

O Refluxo Tem Tratamento: O Caminho para o Controle e Qualidade de Vida

A boa notícia é que o refluxo gastroesofágico tem tratamento e pode ser controlado efetivamente, devolvendo a você a qualidade de vida. Quanto antes você investigar, melhor será o prognóstico e a resposta às intervenções.

O tratamento geralmente envolve uma combinação de:

1. Mudanças nos Hábitos de Vida:

Alimentação:Evitar alimentos e bebidas que relaxam o esfíncter (cafeína, álcool, chocolate, alimentos gordurosos, menta) e aqueles que irritam o esôfago (cítricos, tomate, pimentas).
Horários das Refeições: Evitar comer grandes volumes antes de deitar (jantar pelo menos 2-3 horas antes de dormir).
Posição ao Dormir:Elevar a cabeceira da cama (não apenas o travesseiro) em 15-20 cm.
Peso Saudável:Reduzir o peso em caso de sobrepeso ou obesidade, pois o excesso de pressão abdominal pode agravar o refluxo.
Tabagismo e Álcool:Parar de fumar e reduzir o consumo de álcool.

Acompanhamento Médico e Medicação:Um gastroenterologista poderá prescrever medicamentos que reduzem a produção de ácido (inibidores da bomba de prótons) ou que ajudam a fortalecer o esfíncter e acelerar o esvaziamento gástrico.
Em casos específicos e mais graves, a cirurgia pode ser uma opção.

O mais importante é ter um acompanhamento adequado e individualizado. Meu objetivo é entender a causa do seu refluxo e guiar você por um plano de tratamento que traga alívio e previna complicações futuras, garantindo que você viva sem o desconforto constante.

Agende Sua Consulta!

Não deixe que o refluxo comprometa seu dia a dia e sua saúde. O primeiro passo para o alívio é a investigação e o diagnóstico corretos.

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